Powerslave foi o quinto álbum de estúdio gravado pelo Iron Maiden. Eles já haviam lançado o homônimo Iron Maiden em 1980, o Killers em 1981, The Number of The Beast em 1982 e o Piece of Mind em 1983. Powerslave veio com certeza para reforçar o lugar de honra que o Iron Maiden tem na história do metal. Depois de “Aces High”, “Rime of the Ancient Mariner” e a que dá nome ao álbum, não dava mais para dizer que Iron Maiden só tinha temas satânicos em suas letras. Fama que eles ganharam após o lançamento de “The Number of The Beast”, erroneamente, diga-se de passagem. A revista Rolling Stone, no ano de 2017, considerou Powerslave como o 38° melhor álbum de metal de todos os tempos.
O quinto álbum do Iron Maiden foi produzido em março de 1984 por Martin Birch e gravado no Compass Point Studios, em Nassau nas Bahamas. A mixagem foi feita em Nova York, no Electric Lady Studios. Powerslave foi lançado em 03 de setembro de 1984. Em 13 de outubro de 1984, ele entrou em 21° para a lista da Billboard e ficou lá por 34 semanas.
Powerslave – Lado A
O álbum conta com 8 músicas. Quem abre a ordem do Lado A é “Aces High”, um clássico. Imagine você lá por 1985 colocando Powerslave na vitrola e escutando os 20 primeiros segundos que sugestionam uma preparação para a guerra de uma maneira tão inovadora que só o Maiden era capaz de produzir. Lá pelos 40 segundos o volume já está no máximo e você automaticamente levanta e balança a cabeça ao som da voz do Bruce. E quando você pensa que “ah, a próxima música não vai ser tão boa assim”, começa a guitarra em “2 Minutes to Midnight”. Mesmo que inglês não seja o seu forte, o refrão não vai sair da sua cabeça jamais! (Aliás, aposto que você leu o título da música cantando, dando aquela pausa depois do 2). Não foi a toa que essas duas músicas foram lançadas como singles.
“Losfer Words (Big ‘Orra)” é uma faixa instrumental. Sem palavras, né? Exatamente isso! “Flash of The Blade”, “you´ll die as you lived/In the flash of a blade/In a corner forgotten by no one” (Você vai morrer como viveu, no brilho de uma lâmina, em um canto esquecido por todo mundo). Um minuto de silêncio por todos aqueles que morreram nas grandes batalhas com espadas. Não, pera. Quatro minutos! E na mesma onda vem “The Duellists”, que faz você se sentir quase que em Age of Empires.
Powerslave – Lado B
“Back in the Village” abre o Lado B. Depois da pausa básica para virar o disco de lado, a intro dela tem um que diferente e uma pegada de blues, country, ou o quê que quer que seja isso. Mas só nos primeiros 20 segundos. Bruce entra com sua voz inegável e, cara, que voz! A música que dá nome ao álbum é uma das últimas. “Powerslave” não dá só o nome mas traz toda a temática e a ligação com a mitologia egípcia. “Tell me why I had to be a Powerslave/ I don’t wanna die, I’m a God,/ why can’t I live on?” (Me diga porque eu tenho que ser um escravo do poder/ Eu não quero morrer, eu sou um Deus/ Por que não posso continuar vivo?) Aqui cabe um ponto em falar sobre a questão da Arte. As obras de arte que são consideradas relevantes discutem um âmbito maior do que ela em si. E “Powerslave” é exatamente isso. Ela discute com maestria a questão de que um Faraó, considerado um Deus na Terra, é um escravo do poder da morte. É que é tanta coisa para se prestar atenção nessa música que caberia uma matéria só para analisar toda a simbologia. Quem fecha o álbum é a icônica “Rime of the Ancient Mariner”. Durante muito tempo foi uma das mais longas músicas do Iron Maiden, com 13 minutos. Mas, claro, ela é mais do que isso. A ligação dela aqui vai com a literatura. Ela é inspirada no poema de Samuel Taylor Coleridge, considerado o marco do início da literatura romântica na Inglaterra.
Faixas
- Aces High 04:29
- 2 Minutes to Midnight 05:59
- Losfer Words (Big ‘Orra) 04:12
- Flash of the Blade 04:02
- The Duellists 06:06
- Back in the Village 05:20
- Powerslave 06:47
- Rime of the Ancient Mariner 13:36
Formação:
Bruce Dickinson – vocal
Adrian Smith – guitarra
Dave Murray – guitarra
Steve Harris – baixo
Nicko McBrain – bateria
Por ainda ser um álbum relevante depois de 30 anos da sua criação e se manter completamente atemporal, com o bônus de mesclar mitologia, história, literatura e música, merece um 10 bem redondo!
*publicado originalmente em 13 de julho de 2018, na Roadie Metal.
Bora ouvir #Powerslave neste domingão! Álbum top! 🎸🎸🎸🎸🎸
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Fico-lhe grato, Daniela Farah, pela visita ao UAÍMA. A Casa é sua.
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Muito boa, elegante, a sua atenção – e gratidão – para com o Iron Maiden. Quanto a mim, aqui e agora, num repente, lembrei-me de uma bolacha que eu tive de um grupo que se dissolveu, um disco muito bonito, boas letras, mas de andamento suave, não propriamente um rock pesado no trabalho em questão, principalmente a música que ,pode-se dizer, sintetiza a visão do mundo do grapo à época. Bom, o grupo é ou era The Moody Blues, com a bela canção Melancholy Man, do álbum QUESTION OF BALANCE (1997 ?).
Um abraço.
Darlan M Cunha, Belo Horizonte.
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