A lembrança de você tem estado cada vez mais apagada. Mais como um sonho ruim do que algo que foi bom. Porque talvez o bom tenha sido fruto da fértil imaginação. Minha mente distorcida que cria histórias e fez mais um refém. Como o faz todas as vezes que tenho medo que a realidade seja um manto sombrio sobre os meus pensamentos. Agora a verdade teima em aparecer por sob meus olhos, mas não como um carrasco que proclama o fim dos dias. É uma luz no fim do túnel que tem seu nome na porta. O farol brilhoso impedindo os barcos de se perderem. A verdade me chega hoje como um amigo, que traz uma coberta e um chocolate quente. Você não precisa mais passar frio, ele me diz estendendo a mão cordialmente.
Enquanto divago, pareço sensata aos olhos de quem me é desconhecido. Curioso saber que a minha loucura é vista como lucidez. E afinal, quem é que está certo?
Por certo que eles imaginam que cada linha de pensamento é tida como uma lapidação de diamante. A verdade é que me vejo carbono, que desenha e escreve por entre as folhas no caminho.
Enquanto caminho na tênue linha de mim mesma, oscilando pelas vertentes que a minha personalidade tem produzido. Ora inteligente e burra. Bonita e feia. Luz e sombra. Loucura e sensatez.