Sobre Textos, Passado e Tecnologia (Ou Ode ao E-mail)

Estava aqui organizando minhas fotos de quando era atriz, com o objetivo de montar um portfólio para mostrar aos meus alunos do estágio. Isso porque estamos fazendo um trabalho com roteiro, cinema e atuação e achei interessante que eles saibam quem é aquela pessoa ali dando palpite nas coisas. Aí entrei em um e-mail antigo e começou a busca pelo passado. Engraçado é que uma busca com um objetivo tão inocente me levou em uma viagem e uma observação pessoal sobre como usamos a tecnologia. Entre os e-mails eu encontrei uma série de conversas com amigos, como fazemos hoje com o What´s, sobre como foi o final de semana, ou contando sonhos, fofocas e desabafando. Mandando fotos, que na época só podiam ser feitas por quem tinha uma câmera. E você tirava as fotos, baixava no computador e enviava por e-mail. Era uma sessão porque normalmente o tamanho do arquivo das fotos era muito grande e ficava horas tentando anexar. Era preciso dezenas de e-mails ou então um .zip. Vi também uma tentativa de DM por Twitter, mas não era tão legal quanto o e-mail. Ainda passei pelos momentos de Orkut, e as mensagens do Facebook me dizendo que eu não acessa há um mês. Imagine, um mês sem acessar o Facebook. Parece até mentira, né? Hoje em dia eu acesso várias vezes durante o dia. Descobri que tenho um vídeo no Youtube, com uma apresentação da época da faculdade e foi engraçado e gostoso de assistir.

Parece bizarro dizer que na minha época de escola não tinha celular. No máximo você ligava para a casa da pessoa e olhe lá, porque era caro e normalmente existia um telefone por residência. Meu primeiro e-mail se chamava vicky_sbar e nem sei se existe, também não consigo me lembrar porque escolhi esse nome. Lembro que meu pai me obrigou a criar um e-mail com meu nome oficial, que eu tenho até hoje, mas preferia usar esse outro, porque achava mais legal. Uma pena que não tenho mais acesso, ia ser engraçado ver o primeiro e-mail que enviei. Mas o bizarro mesmo é reparar que eu tenho uma mania de me enviar receitas que eu nunca nem sequer abri. Hoje eu salvo no celular e esqueço.

Meu Deus, tenho um e-mail com o telefone do Noblat! Na época mandei um e-mail perguntando se ele poderia me dar algumas informações para a minha monografia e ele me respondeu dizendo para eu ligar meio dia. Nunca liguei, até porque o que eu queria fazer não deu certo. Aliás, tenho dezenas de e-mails com ideias e inícios de projetos. Trabalhos e mais trabalhos de todos os cursos que eu fiz. E fotos de baladas. Meu Deus, como tenho fotos de saídas com os amigos.

Também tem aquelas mensagens de pessoas que você nunca mais viu, as que você conversa até hoje, as que você conheceu há pouco tempo, mas estava num grupo de e-mail em comum. As histórias sobre fatos que eu nem lembrava mais e histórias que dei tanta risada porque hoje em dia não fazem sentido nenhum. Todas as lágrimas sobre os todos os amores da minha vida. Todas as piadas sem graça que era modinha enviar. Amigos que tenho carinho, mas que não converso mais. Ah, não, pera, isso já foi na primeira frase. Weamy, meu bichinho do Neopets que adorava, mas dizia que era para minhas primas mais novas. Uma vida inteira em conta de e-mail. Atualmente talvez essa seja a melhor forma de fazer uma biografia, ter acesso aos e-mails, que não funcionam como carta, como era a promessa inicial, mas como um registro de toda uma vida conectada na rede.

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9 comentários em “Sobre Textos, Passado e Tecnologia (Ou Ode ao E-mail)

  1. Dani, nunca tive muita disciplina com diários, então mexer na minha caixa de e-mail (que é a mesma desde sempre) é quase uma autoanálise. Gosto, também, de escrever cartas aos amigos (sei que talvez isso soe estranho, porque ninguém mais faz), mas ainda tenho as respostas também enviadas por cartas e é bem legal reler. Às vezes você ri, fica com vergonha, chora, enfim… Beijão para você!

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    1. Que lindo isso Ju! Deve ser bem gostoso receber uma carta, né? <3 Porque não é só a mensagem, é uma demonstração de carinho! Que gostoso isso de reler as coisas, e é bom sentir tudo isso de novo, porque mostra que até aqui o caminho foi bom. Se a gente não ri, não passa vergonha e não chora, é porque foi sem graça! Obrigada por compartilhar um pedacinho seu comigo! Beijo grande!! <3

      Curtido por 1 pessoa

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