Onde estaria a dignidade das gentes
Entre o silêncio que se destaca
Por sobre as falas e formas, e imagens
E tudo o mais que o mundo moderno traz.
Onde estariam as palavras não ditas
As elegias mudas e explicações caladas?
Que peito é esse que sente e não fala?
Que vida é essa que se cala por entre instâncias?
Pois que sabe que se vive apenas para si
Sob seu mundo, suas mãos, pés e escolhas
Dentro de seu umbigo, e sua mente própria.
Envolto em si mesmo, em si completo, em si, ponto.
Teria o outro que lhe compreender?
Saberia de seus pensamentos, entre coisas
entre gentes, entre vida, que mente
Claramente, mente, sobretudo para si?
Cabe ao outro conceder-lhe a vontade
De ter seu desejo atendido de pronto e em tudo
Quando nada se dá ou oferece ao outro
Quando não se tem visão do outro
Quando se desconhece o outro.
[Só uma peça no jogo moderno.]