Pois que cedo ouviu da boca de sua mãe: eles são homens, eles podem. Encheu-se de uma raiva que lhe corroía as células e decidiu que daquele dia em diante jamais seria do sexo feminino: seria homem também.
Jogou fora todas as suas coisas de menina, seus sonhos, suas ilusões, suas roupas de ballet. Não havia nada mais feminino que o ballet. Aquelas roupas cor de rosa, com frufus e tudo o mais, os gestos delicados de flores, a lentidão que toda a mulher tem (ou deveria ter).
Decidiu que aprenderia o tal do futebol, e fez os meninos da rua lhe ensinarem, provaria que não era menina, que era um deles. Logo depois vieram o skate e o videogame. Mas por mais que ela tentasse e se esforçasse, não era um deles. Eles sempre a viam como mulher, eles continuavam a desejando como mulher, eles a tratavam como mulher.
E aí ela utilizou sua última cartada: tratar eles como se tratam as mulheres.
Nessa busca desenfreada por poder, não aquela coisa maluca de vilanismo, mas do poder ser quem ela era e só, da liberdade que se davam apenas aos homens, ela se perdeu no processo. Mesmo que suas amigas a admirassem pelo tratamento diferenciado que ela havia conquistado, aquilo deixou de fazer sentido.
Queria o ballet de volta, a lentidão, a feminilidade, a sua essência.
Havia conquistado a liberdade de poder ser o que quisesse e então tudo que ela queria era ser mulher.
Nossa, adorei! <3
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Gratidão Marcela! <3 Fico feliz que gostou!!!
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Heey!
Ser mulher é difícil, mas é gratificante!
Amei o texto. Me fez sentir bem em ser quem sou. Mulher com M maiúsculo! Cada uma tem suas particularidades e é bom não se sentir injustiçada apenas por ter nascido neste gênero kkk
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Que booomm!!! Fico duplamente feliz!!! <3 <3 <3 Sim, bem isso mesmo, hoje amo ser mulher também, mas já me revoltei bastante! Hehehe… Isso! Continua desfilando essa Mulher com orgulho mesmo!!! Um grande beijo!
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